quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Parada forçada, Matinhos - 18/11/2011



Do outro lado da baía desembarquei já em Matinhos. Ainda teria que pedalar alguns kilômetros pela rodovia até chegar ao centro da cidade ou então encontrar um lugar para dormir no caminho, já estava escurecendo. Quando estava chegando, ao que parecia ser o início da subida de uma pequena serra, começo a ouvir um barulho familiar e nada agradável. Era o suporte do bagageiro soltando novamente, como já havia acontecido em Itapoá. E o pior é que perdi o parafuso que prende ele ao quadro.
O jeito era procurar abrigo por aqui e no dia seguinte tentar arrumar a bicicleta. Havia muitos casarões perto da rodovia onde eu pedalava, na verdade era um condomínio. Acredito que pelo fato de ser muito perto do mar. Apesar de não poder ver o mar podia ouvir o som das ondas. Anoiteceu rápido e eu ainda não havia encontrado nenhum lugar para dormir. Sempre que via alguém nos pátios das casas ia até eles pedir ajuda e tentar conseguir abrigo. Mas a resposta era não. Na maioria das vezes encontrava apenas os caseiros, que me diziam que pelo fato de os proprietários não estarem, não poderiam se responsabilizar e me deixar dormir lá. Fui então pedir abrigo aos vigias de uma guarita que tinha perto dali, caso deixassem ficar lá, apelaria pela primeira vez durante minha viagem para a barraca que eu havia ganhado de presente em Jaraguá do Sul. Mas a resposta novamente foi um “não”. Disseram que durante a madrugada o supervisor deles costumava passar fazendo a ronda e não iria aceitar. A cada não que eu recebia como resposta ficava mais preocupado, afinal, não podia contar nem com a bike para continuar pedalando mesmo que fosse a noite. Continuei batendo de porta em porta na esperança de que alguém me ajudasse, mas sabia que era natural as pessoas ficarem desconfiadas. Eu era um completo desconhecido com uma história “maluca” pedindo um lugar para dormir aquela hora da noite. Já eram quase 20h00min quando passei empurrando a bike em frente a mais uma das casas do condomínio e me chamou a atenção uma senhora fechando a casa como se fosse sair. Fui conversar com ela, contei minha história e pedi abrigo. Assim como todos os outros, ela disse que não poderia me deixar dormir na casa, pois seus patrões não estavam. Porém estava saindo para ir à igreja onde seu filho era pastor e acreditava que ele poderia me ajudar. Caminhamos até a igreja, acompanhados por mais duas mulheres que se juntaram a nós. Bem perto dali, em meio a tantas casas de luxo, bem próximo à rodovia vejo o prédio da igreja. Fui apresentado ao pastor Josias Vieira que me levou até uma casinha de madeira que usavam para guardar várias coisas e onde antes funcionava uma escolinha bíblica para crianças. Minha sorte é que tinha um chuveiro, pena que estava queimado, mas tudo bem, fiquei feliz por poder tomar um banho. Depois disso fui participar do culto.
Graças a Deus encontrei um pessoal muito gente boa que me acolheu e me deixou pernoitar. Agradeço do fundo do meu coração ao pessoal da "Igreja Evangélica Paz Celestial":

Mais tarde a mãe do pastor Josias me trouxe um lençol, uma coberta e também comida. Agradeci muito a todos e depois de conversarmos mais um pouco eles foram para suas casas. Eu ainda tinha algo para me preocupar... Havia apenas um cômodo onde eu poderia estender o colchonete que encontrei em meio as coisas da casa. Esse cômodo era a sala que dava para a porta da frente e que por sua vez não era muito longe de onde passava a rodovia. O problema é que a porta não tinha tranca, ao menos não por dentro. Normalmente a casa ficava fechada por fora com um cadeado. Como já mencionei, ela não era muito utilizada. O fato é que não tinha como eu fechar a casa, então calcei a porta com uma cadeira e um toco de madeira... Nunca se sabe o que pode acontecer e eu estava sozinho num lugar totalmente desconhecido.
Depois de dar um jeito na porta e comer tratei de dormir... Estava cansado e resolvi deixar para arrumar a bike no dia seguinte.



2 comentários:

  1. Oriel...é Alan...o rapaz que te emprestou o celular pra ligar pra sua noiva,e seu Deus quiser...futura Esposa!Irmão,fé...que vai dar tudo certo!!!!!!!!

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    1. Valeu Alan, agradeço de coração por ter me emprestado o celular, deu pra matar um pouco a saudade... Sim se Deus quiser será minha esposa, não vejo a hora :) Tenho fé que tudo irá se encaminhar! Fique com Deus e tudo de bom!

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